terça-feira, 6 de maio de 2008

A VERGONHA NA MISERICORDIA DO BARREIRO CONTINUA






















DIREITO DE RESPOSTA
JORNAL DO BARREIRO DE 2008-05-02

Hoje, Sinto Mais Vergonha!!

Nos termos do art.º 24º da Lei de Imprensa, venho solicitar o Direito de Resposta a um artigo publicado na edição do Jornal do Barreiro de 18 de Abril de 2008, na página 6, na sequência de considerações feitas pelo Sr. Provedor da Santa Casa da Misericórdia que, nessa mesma edição, decidiu dar resposta a uma Carta ao Director que enviei para publicação.

De facto, hoje, sinto mais vergonha! Seja quem for que assuma o cargo de Provedor de uma Santa Casa da Misericórdia fica obrigado a um conjunto de responsabilidades:

a) de se assumir como uma referência local;

b) de ser capaz de estabelecer consensos;

c) de mobilizar e sensibilizar os cidadãos para o reforço da acção social e de ajuda ao próximo;

d) de influenciar instituições públicas e o tecido empresarial na luta contra a pobreza e nas medidas de apoio aos mais necessitados para o desenvolvimento de projectos que promovam os equilíbrios sociais e respondam preferencialmente aos mais carenciados…

Sempre pensei que o sr. Provedor Júlio Freire tivesse um pouco mais de bom senso e humildade e assumisse erros que resultam da sua má gestão na Santa Casa da Misericórdia do Barreiro.

Pelo contrário, assume a provocação no tom mais arruaceiro que se lhe conhece e mistura pseudo-ataques pessoais à Misericórdia, com ataques de natureza política na vida interna do Partido Socialista do Barreiro. Na minha Carta ao Director evitei particularizar problemas por razões de ética mas também porque eles são do conhecimento dos irmãos que acompanham regularmente a vida da Misericórdia do Barreiro e também do sr. Provedor.

A avaliação do meu desempenho enquanto Presidente da Mesa da Assembleia mereceu o carinho e apoio de largas dezenas de irmãos e não aceito que o sr. Provedor teça comentários que na altura não fez. Bem pelo contrário! E não transforme uma “senhora” em “bode expiatório” quando a informação passa naturalmente através de vários irmãos.

A Santa Casa da Misericórdia do Barreiro, ao ter chegado a uma situação financeira grave de “falência técnica” deveria ser motivo suficiente para obrigar a uma avaliação rigorosa da gestão que está a ser feita, quais as causas e medidas aconselháveis que deveriam sustentar um plano de saneamento financeiro sem prejudicar os utentes e trabalhadores. A não ser assim, qualquer solução irá apenas alimentar as incapacidades e vaidades do Sr. Provedor Júlio Freire.

A título de exemplo, a obrigatoriedade dos utentes pagarem as fraldas e os medicamentos e ainda o despedimento de trabalhadores. A alienação do património deveria ser um recurso a utilizar como última alternativa.

O JORNAL DO BARREIRO deu largas dezenas de milhares de euros de prejuízo, não representando uma vocação da Misericórdia gerir jornais e sobretudo os seus prejuízos recaírem sobre os utentes da Santa Casa. Há vários anos que foi apresentada a proposta de negociar o Jornal com privados. Só a vaidade de promoção do Provedor tem alimentado este erro, o qual, diga-se em abono da verdade, também responde ao emprego de familiares e amigos do sr. Provedor.

O Centro de Acolhimento é um projecto que serve o concelho, como serve outros concelhos mais próximos e distantes do Barreiro. Há vários anos que foi proposta a renegociação do respectivo protocolo com a Segurança Social, ou então reformulação deste equipamento para outro projecto social, eventualmente creche (serviço de grande carência na freguesia do Barreiro).

Foi também apresentada, posteriormente, a candidatura para uma creche, e que mereceu aprovação, ao POEFDS – Programa Operacional de Emprego, Formação e Desenvolvimento Social. Recentemente, a Misericórdia desistiu desta candidatura e concorreu ao PARES – Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais, para construção de creche em terreno cedido pela CMB, na freguesia de Palhais, o qual dista 200m do Centro Social de Acção de Palhais que apresentou candidatura similar.

Que eu tenha conhecimento, a Santa Casa da Misericórdia do Barreiro nunca apresentou qualquer candidatura à Segurança Social para aquisição de viatura (mini-autocarro) à semelhança de outras instituições do Barreiro que o têm feito com sucesso.

A CMB, no mandato de gestão do PS, apoiou as obras de recuperação do Centro de Acolhimento, em 60 mil euros; envolveu-se na organização de reunião com elementos ligados ao BEI – Banco Europeu de Investimento – para apoio à construção do Hospital de Retaguarda. Eu próprio solicitei a uma Arquitecta da CMB para apoiar a Misericórdia na execução deste projecto de arquitectura. Ainda hoje essa técnica deverá estar à espera de informações específicas que o Sr. Provedor ficou de facilitar, através de um outro Provedor seu conhecido. Disponibilizei-me pessoalmente para dar todo o apoio às residências assistidas, projecto altamente de grande valor para o Barreiro e que tem obtido grande sucesso nos concelhos onde foi concretizado. Sempre manifestei total disponibilidade para apoiar os projectos da Santa Casa da Misericórdia do Barreiro. Igual atitude foi assumida pelos restantes membros do executivo PS na CMB.

Alguns destes projectos não foram concretizados (veja-se a remodelação da cozinha ainda não concluída) simplesmente por desinteresse do sr. Provedor Júlio Freire que preferiu manter, ao longo dos anos, a velha cassete dos projectos que não concretizava, e assumir o papel de vítima, vício que herdou da sua formação política.

Hoje, os problemas que a Santa Casa da Misericórdia enfrenta justificam que os irmãos encontrem uma alternativa ao actual Provedor que corrija a forma atabalhoada de funcionar do sr. Júlio Freire.

Quanto aos ataques políticos que proferiu, vou ser muito breve já que o fórum próprio para lhe responder será a Comissão Política Concelhia.

Não tem noção do que é mentir e falar verdade.

Não posso, no entanto, deixar de registar algumas notas:

1. Sou Vereador do PS desde 1997 e no mandato de 2001-2005 desenvolvi projectos emblemáticos que se manterão no futuro.

2. Ó Júlio, tu deves estar tonto ou então estás a resvalar de forma descontrolada para a senilidade.

3. Tu não estás recordado da cena triste que fizeste, na Assembleia Municipal, ao ameaçar fisicamente o então Deputado Municipal do PSD, Mendes Costa?

4. Tu não estás recordado de tratar como fascistas os militantes do Partido Socialista do Barreiro?

5. Tu não estás recordado de querer entrar como militante para o PS para deitar abaixo a Direcção política do saudoso Aires de Carvalho, camarada com quem tive o privilégio de trabalhar e a quem sempre estive ligado de forma solidária e fraternal e em total concordância política?

6. Ó Júlio, tu mereces a reforma política a que tens direito mas deves ter mais cuidado pois, caso contrário, transformas-te num caso patológico difícil de tratar.

Sem reservas, mas com vergonha!

Amílcar Romano

Último comentário de Júlio Freire

Conforme afirmei no dia 18 de Abril, no Jornal do Barreiro, a “guerra epistolar” para mim terminou!

Não vou cair na incúria de responder a uma carta que tem como único objectivo denegrir a minha imagem. Ao invés de outras pessoas que surgiram, por acaso, no Barreiro, a mim todos os Barreirenses me conhecem e sabem que sempre me pautei pela honestidade, integridade e espírito de solidariedade para com o próximo. Em sede própria esta carta será discutida e o seu mentor será chamado à responsabilidade.

Júlio Freire


Nota:

Quando em devido tempo, anos de 1999, 2000, 2001, 2002, eu, com um numeroso grupo de cidadãos do Barreiro, emanados do melhor espírito de justiça, alertamos para a importância de que a Santa Casa da Misericórdia tivesse uma gestão de acordo com a normalidade, uma vez que se verificavam graves atropelos, nomeadamente expulsão de associados, ditadura por parte do Provedor, e manifesta má gestão, fomos acusados de, simplesmente tentar perseguir pessoalmente a; pessoa do senhor Julio Freire.

João Massapina