quarta-feira, 6 de junho de 2007

3ª PARTE - ENTREVISTA DADA À JORNALISTA FÁTIMA BRINCA - RUBRICA "NA BERLINDA"

(Continuação...)

8ª QUESTÃO RESPOSTA - Seria possivel uma analise politica actual sobre a gestão da Câmara Municipal do Barreiro e do Concelho, de forma a sentir-se o que pensa deste particular momento do Concelho?

Analisar a actual gestão camararia do Barreiro levaria tempo infinito, tal a sua complexidade, no entanto não posso deixar de fazer alguns considerandos relativamente a um certo numero de assuntos:
Existem já concluidas e ainda a decorrer demasiadas obras de fachada como é o exemplo da passagem desnivelada da Rua Miguel Bombarda, que eu considero um exemplo acabado de má gestão, pois foi realizada com o pensamento em "ontem" para (não) servir "amanhã", considerda pelo executivo como a obra do século, e ainda bem que este século está a chegar ao fim, para não nos deixar realidades tão tristes como esta. Esta obra não serve já hoje os totais anseios da população quanto mais pensar que vai servir condignamente a população daqui a 10 ou 15 anos, pois já hoje é visivel uma total falta de rentabilidade rodoviária, ou seja duas pistas no coração de uma cidade industrial em zona de forte implantação comercial, isto para já não falar dos seus problemas extruturais de construção, que por vezes se tornam verdadeiramente ridiculos, ao transformar o local num tipo de "Veneza" Barreirense, mas sem gondolas...
Além disso é uma obra feita com a utilização de largas verbas do Estado, portanto dinheiro de todos nós que não foi devidamente acautelado em relação à forma como foi utilizado.
E que dizer então da zona ribeirinha de Alburrica ou da popularmente chamada Avª da Praia e Copacabana, projectos e mais projectos, que não passam disso - projectos - que achamos era já chegado o tempo de se tornarem em realidades passando à sua realização efectiva.
Achamos que é já chegado o tempo de nos virar-mos para o Rio, um dos factores de maior importancia na vida deste Concelho, aproveitando essas especiais caracteristicas naturais para descentralizar um pouco a zona central da cidade, criando dessa forma ao mesmo tempo novos polos de desenvolvimento quer em termos de comercio como de cultura e desporto, entre outros.
E que dizer da vergonha que temos no coração da Cidade e do Concelho com o Parque Catarina Eufemia com um espelho de água e uma estatua que devido aos seus aspectos de total abandono nem merecem comentários, tal a vergonha porque passa um Barreirense quando quer mostrar a Cidade a um qualquer forasteiro.
E as fachadas dos edificios, por exemplo mesmo defronte da Câmara Municipal até a tubagem de esgotos está exposta à imagem exterior, para além do seu aspecto geral decrepito.
Plano urbanistico onde andas tu?
Qualquer um pode montar uma marquise de ferro, madeira ou aluminio, não importa como ou onde.
Qualquer um pode ter um quintalzinho nas traseiras do seu edificio residencial, transformado muitas vezes num autentico Jardim Zoologioco, desrespeitando as mais elementares regras da boa convivencia urbana, e da ordem estritamente da saúde.
Qualquer um pode pintar a fachada exterior do edificio ou simplesmente do seu andar ou moradia, da cor que quizer tipo arco iris, ou então embelezar com um azulejos, fica mais bonito parece em muitos casos um autentico W.C., não interessa nem onde nem como.
Vive-se numa autentica anarquia. Só existem impedimentos para a criação de industria ou comercio, tudo o que possibilitar postos de trabalho importa dificultar!
Que estranha contradição para uma gestão Comunista. Mas que só se pode explicar com a tentativa de não alterar muito o numero de eleitores, mantendo desta forma estável o seu eleitorado, e se possivel fazendo decrescer o numero de habitantes eleitores do Concelho para possibilitar uma estabilidade em termois de votação de eleitores velhos já perfeitamente determinada.
E que dizer da habitação social?
Conhecem alguma habitação social construida nos ultimos anos?
Eu também não conheço, porque a ultima habitação social construida no Barreiro foi feita no tempo do anterior regime politico!
Barracas? Sim existem e são aos montes um pouco por todo o Concelho, e cada vez nascem mais, mas a edilidade barreirense não se mostra preocupada em estancar esse crescimento, e quando o assunto surge em uma qualquer Assembleia Municipal ou de Freguesia, todos se mostram indiferentes como se esse fenomeno fosse norma na sociedade moderna, e um sinal dos tempos.
E que dizer das derramas penalizantes para o comercio e industria, e da forma como são utilizadas?
E o tão falado Mercado Abastecedor?
Vai ser edificado no Lavradio, ou vai para Santo André, ou é mais um projecto?
E os buracos, alguns já autenticas crateras, nas vias publicas?
E as paragens de autocarros junto da Escola Secundária Alfredo da Silva que ficam a mais de 150 metros da entrada principal da Escola e nem um simples abrigo de protecção tem, e os utentes ficam exposto ás intemperies faça chuva ou faça sol?
E tantos, tantos outros assuntos que ficam por abordar, porque o espaço é curto e todos os cidadãos conscientes sabem e conhecem profundamente os problemas concretos do Concelho do Barreiro e a importancia e impotencia com que neste momento o poder autarquico reinante no Concelho os tem tratado.
O futuro vai ser muito nublado lá para as bandas da Vereação, pois estou certo que a maioria vai perder lugares. Uma gestão ruinosa como a que tem vindo a ser efectuada vai ter que pagar o seu preço, e esse preço é mais uma descida na votação da força politica que lidera o Barreiro desde o 25 de Abril.
Para mim esta gestão do Partido Comunista já esta fora de prazo, e vai por certo ser possivel substituir este tipo de poder dentro da próxima decada, com a chegada ás mesas eleitorais de novos eleitores, que vão ter a capacidade de mudar a cor politica do Barreiro. Espero no entanto que os novos dirigentes saibam honrar a concretização dos muitos sonhos, para que não se volte a curto prazo a cair no mesmo marasmo dirigente.

9ª QUESTÃO RESPOSTA - O panorama apresentado em relação ao Municipio é igual em termos de analise em relação ás Freguesias, ou existem para si alterações pontuais de acordo com as lideranças de cada Freguesia?

O panorama da falta de organica que apontei na Câmara Municipal serve também para as Juntas de Freguesia, só que aqui prevejo uma factura ainda mais pesada, e os erros vão ser pagos com a perda de maiorias absolutas e provavelmente a liderança em algumas Freguesias, já nestas proximas eleições a realizar em Dezembro.
O trabalho de sapa efectuado em cima dos actos eleitorais dá cada vez mais nas vistas dos eleitores pela negativa, isto porque para trás ficam 3 anos de imobilismo e nalguns casos de pura incompetencia, do chamado faz que faz e não faz nada, e nesse aspecto tenho alguns recados para os Presidentes das Juntas de Freguesia:

Para a Junta de Freguesia de Santo António, vai o meu lamento pelas ruas da chamada Vila Chã (nova), que continuam muito boas em termos de buracos nos pavimentos das suas diveras arterias, assim como a via principal, entre Santo António da Charneca e o cruzamento junto do campo desportivo. Da vacaria implantada no centro de Santo António da Charneca com o seu cheiro nauseabundo então é bom já nem falar.

A Junta de Freguesia de Coina para além de muitas outras coisas interessantes tem junto da Escola Primária nº 1, umas chamadas "bandas sonoras" que são uma verdadeira raridade, pois mais parecem degraus. Não tenho palavras para qualificar o abandono geral a que esta votada a Freguesia a nivel geral.

A Junta de Freguesia de Palhais entre outras interessantes coisas tem a estrada que liga esta localidade à Vila Chã que se não for melhorada, em breve não sei se não acaba por desaparecer e virar um carreiro de "cabras".

A Junta de Freguesia de Santo André tem nas ruas de Cabinda, Benguela, Cidade da Praia e outras, verdadeiros exemplos de como não são vias publicas, pois não sei se lhes chame-mos ruas ou atalhos tal a quantidade de buracos.
A escada que dá acesso à zona baixa de Santo André, por detrás da Escola de Santo André e respectivos acessos junto da estação dos C.T.T. que já estava numa fase de orçamento para a conclusão da obra, à 2 anos que continua por concluir, falta afinal por certo o projecto, já agora só mais um reparo sobre a rede de segurança da Escola Secundária de Santo André que enquanto não cair na sua totalidade permite a entrada e saida indiscriminada de intrusos naquelas instalações escolares, não sabemos de quem é a responsabilidade directa daquela recuperação, ou se estão no chamado jogo do empurra, és tu, não sou eu, não es tu...

Junta de Freguesia do Lavradio com a história da famosa ambulancia cujo peditório decorreu com os apoios directos dos responsáveis da Junta de Freguesia, e que desde o inicio desta decada decorre a bom ritmo, de tal forma que nem do dinheiro recolhido se sabe o destino, nem se tem acor da ambulancia m=no horizonte.
Quanto ás verdadeiras entulheiras nas áreas junto ás traseiras de vários edificios, viraram verdadeiros monumentos lavradienses.
Os esgotos da Rua D. José Carcamo Lobo quando dão brado tornam toda a zona uma maravilha, a que nunca fica alheia a Avenida J. J. Fernandes pelo cheiro nauseabundo e por tudo o resto que fica a boiar na via publica.

Junta de Freguesia do Alto do Seixalinho com a habitação social a fazer bastante falta, tal a quantidade de barracas ali existente.
E o estado deplorável do Bairro das Palmeiras nunca mais tem uma solução em termos de dignidade para a pessoa humana, constituindo um verdadeiro "gueto" do Concelho.

Junta de Freguesia da Verderena com o desmaselo total da sua zona ribeirinha, e os esgotos a sairem directamente no rio tornando a zona ribeirinha impraticável para outras actividades que não seja aspirar o cheiro a "trampa" que circula por ali.
O Muro que já não existe na marginal é mais uma fonte de preocupação, a juntar à solução da passgem de nivel junto do quartel dos Bombeirois que nunca mais tem uma solução.

Junta de Freguesia do Barreiro com a zona central da cidade altamente adulterada e com um transito caotico e ingovernável, para além de estacionamento de viaturas desordenado.
A recuperação do Barreiro velho é um projecto que nunca mais passa de projecto, a recuperação da zona ribeirinha continua a ser só sonhos, e os Moinhos de Alburrica e toda a zona envolvente só vão receber um tratamento quando estiverem a cair e o Barreiro perder um dos seus bilhetes postais.

Deu para fazer uma ronda por todas as Freguesias, no entanto muito ficou por dizer, mas o espaço é pouco e a vontade de as entidades competentes em resolverem os diversos problemas ainda é menor.

10ª QUESTÃO RESPOSTA - Governo Civil é um assunto que lhe merece comentários?

Existia um programa de T.V. de bastante audiencia, chamado "O TEMPO E O MODO", esta frase responde à questão Governo Civil de Setúbal.
Existe um "TEMPO" para resolver as questões de uma certa forma "UM MODO", só que os tempos mudam e os modos de resolver as questões tem forçosamente de mudar.
Quanto tal não acontece dá-se a chamada paralisia do desenvolvimento natural da vida na sociedade, e em vez de se avançar rumo ao progresso dá-se pelo contrário um retrocesso no processo e o empenhamento pelo desenvolvimento passa a constituir como que uma estagnação.
A realidade do Distrito de Setúbal é hoje bem diversa da realidade vivida à 2 anos atrás, é chegado o momento de se continuar a avançar no tempo mas a mudar o modo, para algo mais de acordo com as realidades actuais.
Neste momento o Distrito de Setúbal tem todas as condições para um desenvolvimento equilibrado em todos os aspectos, necessitando no entanto de um pensamento de futuro e não da actuação tipo caridadezinha. Pela sombra da crise passam já demasiados aproveitamentos e aquilo que era miseria esta-se a transformar em acomodação. Ou se dá rapidamente uma reorganizaação das situações ou então o processo de progresso fica paralizado e corre serios riscos de exito.
Não muito longe vão os tempos da chamada guerra dos horários dos estabelecimentos de diversão nocturna em que a J.S.D. tomou posição publica e frontal contra o Governo Civil e a sua Governadora Civil Drª Irene Aleixo, uma posição consciente e determinada a que não retirámos uma unica virgula, ainda mais que não foi uma posição pessoal mas sim politica.
Neste momento a situação é estacionária, diria mesmo que o tempo veio a provar que a nossa posição era e é a mais correcta.
Esta chegado o momento do render da guarda da Srª Governadora Civil, e por certo a sua substituição é prova disso mesmo, o Distrito merece outro tipo de actuações governamentais e de outro tipo de pensamentos mais de acordo com os tempos que se vivem.

(Continua...)

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